Estava na cama, quando ele entrou pela minha janela, olhos
vermelhos, halito de bebida, suas roupas fediam a cigarro, estava nervoso,
desesperado.Fiquei assustada mas tentei não dá muito na cara, precisava
ser forte, pois percebi que estava precisando da minha ajuda.Ele sentou na
minha cama,segurou meus ombros com força e perguntou porque, não entendi muito
bem, mas antes que eu pensasse em perguntar, começou a chorar,tive que me
conter, fiquei hipnotizada, tão bonito, quem diria que atrás daquela grosseria,
existia um ser tão fragil.Não sabia como reagir, então o abracei bem
forte,estava gelado, me deixou arrepiada.Tentei entender o que estava acontecendo,
mas como sempre, tão misterioso a ponto de ser irritante.Olhou em meus olhos,
como se quisesse me mostrar algo,alisou o meu rosto, me deu um leve beijo na
testa, e disse que precisava partir, abriu a janela e disse que me amava.Não
esperou que eu respondesse, pelo menos não ouviu, mas eu disse, e sim eu o
amava.
Naquela noite não consegui dormir.Imaginei mil motivos para toda
aquela cena em meu quarto.Logo fiquei com raiva,nunca consegui desvendar seus
enigmas,não aguentava mais tanto mistério.Finalmente adormeci em meio aos meus
pensamentos.Acordei com um telefonema,era a mãe dele,meu principe havia se
matado.
Que odio dele,tão egoista, nem ao menos me deu a chance de dizer
adeus.Eu já deveria imaginar, chegou tão derrepente e já tomou parte do meu
coração.Todo problematico, nunca quis que eu fizesse parte do seu mundo
obscuro.Talvez eu fosse a parte boa da vida dele,mas nem se quer me deu a
chance de dizer que de tudo que eu tinha, ele era a unica coisa que me fazia
feliz.Talvez eu não tenha sido uma boa namorada, tão mediocre, a ponto de
deixa-lo partir.Se eu tivesse o segurado e dito tudo que sempre pensei, tudo
que estava guardado dentro de mim,talvez ele ainda estivesse aqui, me dando
abraços apertados,deitado ao meu lado na cama nas noites de insonia esperando
que eu dormisse para voltar para casa,planejando nossas fugas para onde ninguem
iria nos atrapalhar,me esperando na porta da escola todas as manhãs,olhando
fundo em meus olhos como se quisesse desvendar-me,ouvindo minhas reclamações sobre
coisas idiotas.E agora o que se tornara?Queria que a morte fosse sua nova casa, onde eu pudesse bater na porta e
chama-lo toda vez que sentisse saudade.
Agora só em meus sonhos o encontrara.Cada despertar virou tortura,
empurrava o tempo para que a hora de dormir chegasse e eu pudesse encontrar
minha verdadeira felicidade.
Muito bom... Parabéns, você escreve muito bem.
ResponderExcluirArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
Muito obrigada :)
ExcluirMuito bom, estou seguindo! Resto de bom dia (:
ResponderExcluirathousandsunrays.blogspot.pt
Aah obrigadaa :)
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