VIDA REAL

domingo, 7 de setembro de 2014

Mais uma historia de amor


Estava na cama, quando ele entrou pela minha janela, olhos vermelhos, halito de bebida, suas roupas fediam a cigarro, estava nervoso, desesperado.Fiquei assustada mas tentei não dá  muito na cara, precisava ser forte, pois percebi que estava precisando da minha ajuda.Ele sentou na minha cama,segurou meus ombros com força e perguntou porque, não entendi muito bem, mas antes que eu pensasse em perguntar, começou a chorar,tive que me conter, fiquei hipnotizada, tão bonito, quem diria que atrás daquela grosseria, existia um ser tão fragil.Não sabia como reagir, então o abracei bem forte,estava gelado, me deixou arrepiada.Tentei entender o que estava acontecendo, mas como sempre, tão misterioso a ponto de ser irritante.Olhou em meus olhos, como se quisesse me mostrar algo,alisou o meu rosto, me deu um leve beijo na testa, e disse que precisava partir, abriu a janela e disse que me amava.Não esperou que eu respondesse, pelo menos não ouviu, mas eu disse, e sim eu o amava.

Naquela noite não consegui dormir.Imaginei mil motivos para toda aquela cena em meu quarto.Logo fiquei com raiva,nunca consegui desvendar seus enigmas,não aguentava mais tanto mistério.Finalmente adormeci em meio aos meus pensamentos.Acordei com um telefonema,era a mãe dele,meu principe havia se matado.

Que odio dele,tão egoista, nem ao menos me deu a chance de dizer adeus.Eu já deveria imaginar, chegou tão derrepente e já tomou parte do meu coração.Todo problematico, nunca quis que eu fizesse parte do seu mundo obscuro.Talvez eu fosse a parte boa da vida dele,mas nem se quer me deu a chance de dizer que de tudo que eu tinha, ele era a unica coisa que me fazia feliz.Talvez eu não tenha sido uma boa namorada,  tão mediocre, a ponto de deixa-lo partir.Se eu tivesse o segurado e dito tudo que sempre pensei, tudo que estava guardado dentro de mim,talvez ele ainda estivesse aqui, me dando abraços apertados,deitado ao meu lado na cama nas noites de insonia esperando que eu dormisse para voltar para casa,planejando nossas fugas para onde ninguem iria nos atrapalhar,me esperando na porta da escola todas as manhãs,olhando fundo em meus olhos como se quisesse desvendar-me,ouvindo minhas reclamações sobre coisas idiotas.E agora o que se tornara?Queria que a morte fosse sua nova  casa, onde eu pudesse bater na porta e  chama-lo toda vez que sentisse saudade.

Agora só em meus sonhos o encontrara.Cada despertar virou tortura, empurrava o tempo para que a hora de dormir chegasse e eu pudesse encontrar minha verdadeira felicidade.


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